- podia começar uma rúbrica semanal intitulada: "É domingo no Mundo". chega ao domingo e é sempre esta frase que me vem à cabeça.
- o domingo é o dia em que o mundo mais ou menos pára (excepto as pessoas que trabalham para o senhor Belmiro de Azevedo... hummm... 56% da população, pelas minhas contas... o que até é uma vantagem porque há sempre um centro comercial ou um hipermercado para matarmos o tédio de ser domingo e passearmos o nosso fato de treino).
- Hoje há um festival de bandas na casa da cultura, já deixei aqui o cartaz. não fui porque é domingo, estou preguiçosa, tenho frio... e podia inventar mais uma série de desculpas, mas a verdade é que estou mesmo é com muita preguiça.
- estou esparramada no sofá, com uma manta e o aquecedor bem pertinho. foi um fim de semana estranho. de extremos. ora muito bem, ora muito mal.
- ouvi hoje jorge palma (o que não é nada de extraordinário, porque é recorrente), e numa música ele fala nas "dores de crescer". a minha teoria de que a adolescência não termina nunca. de que as dúvidas existenciais se prolongam para lá do suportável, o desejo de encaixe, de dar cabo do vazio e da solidão, de nos sentirmos únicos e, por isso mesmo, meio patetas e alienados, continua a fazer-me muito sentido:
"(...) e como uma segunda pele, um calo, uma casca, uma cápsula protectora (...)"
as dores de crescer acompanham-nos. são duras. doem de uma forma alucinante. a desilusão, a traição são intolávereis, magoam fundo e mesmo que não queiramos, deixam cicatrizes fundas. e no entanto, são um bom sintoma:
continuamos vivos
por dentro. as coisas mexem. não perdemos a capacidade de sentir, de nos iludirmos. a ingenuidade ainda cá mora, pelo menos um bocadinho. ainda acreditamos. a inocência ainda lá está, nalgum cantinho. e assim sabemos que vale a pena continuar por cá.
a inocencia vai sobrevivendo às desilusões mas fica cada vez mais espertinha! ;)
ResponderEliminarregresso à inocência, tirar as máscaras, "Despe-te!", diz o Grande Eugénio
ResponderEliminarAntes dizia muito que o melhor da vida são as desilusões: provam que ainda não perdemos a capacidade de nos iludirmos!
ResponderEliminarpois, parece que concordamos todos. o pior é segurar o embate quando ele chega! ... ;-)
ResponderEliminar