não sei como dizer-te
o que tenho para te dizer
penso que se usar
as palavras mais simples te vou magoar
no entanto,
se pegar em palavras complicadas,
se tornar a mensagem complexa
podes não chegar ao
que eu quero
que eu preciso
que eu exijo
que entendas
é simples:
desapareceste
nada mais és hoje
que uma sombra
uma fotografia
um cheiro já meio apagado na memória dos cheiros
amei-te
amei-te como não pensei ser possível
amei-te com as minhas forças
todas elas
tudo o que é meu estava comprometido nessa missão
de te tornar meu
de me tornar tua
e houve tempos em que isso aconteceu
em que nos pertencíamos
sem nos dominarmos
sem conseguir impor limites no campo das pertenças
chegou agora ao fim
não és mais que uma doce recordação
de um toque forte
de umas mãos que agarram o corpo do outro
caíste da minha memória abaixo
entraste em desequilíbrio
e não te conseguiste segurar
desabaste do meu coração abaixo
sem eu querer,
sem eu dar sequer conta que te encontravas em perigo
e agora já é tarde para te levantares e voltares a tentar
tens aqui a minha mão
segura-a com força
põe-te de pé
coloca as tuas bases no chão,
mas atenção,
tem de ser um chão seguro
longe de pântanos e lamaçais
que nos traem à primeira distracção
quando tiveres recuperado o teu equilíbrio
deixarás de me ver
também eu me tornarei a sombra que tu és para mim
e sem recordações que magoam
sem nada de mau que te ensombre
despedimo-nos
largas a minha mão
eu não vejo mais a tua
e cada um segue o seu caminho
seguro
calmo
sem sobressaltos
Moça, tu andas a fazer o pessoal pensar, com estes textos nunca mais vou exercer o direito ao contraditório...soberbo III
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarConcordo plenamente com senhor mazdak (embora seja coisa rara).
ResponderEliminarMiúda! Andas a mexer no sangue da malta...
Percebo-te plenamente!
ResponderEliminardescricao fria e segura.
Um beijo enorme.