Encontro-me mais ou menos
soterrada. À minha volta o caos. Mudei de casa.
Mudanças - se por um lado a
perspectiva de substituir os ares me estimula, por outro enche-me de stress e
de borbulhas.
Felizmente a minha mudança não
interessa a ninguém, assim como aquilo em que a mudança me fez pensar e a
verdade é que a falta de interesse daquilo que digo é o que tenho de mais
coerente.
Nunca acreditei muito na coisa do
fado, do destino marcado. Já a ideia do livre arbítrio... também não me
convence totalmente, pois que não raras vezes me encontro em situações onde me
é mais fácil assumir que alguém toma conta dos destinos, do que ter sido eu e
as minhas escolhas que ali me colocaram.
Os psicólogos podem intervir
agora para me esclarecer sobre os padrões de comportamento que nos levam a agir
da mesma forma perante cenários semelhantes o que, inevitavelmente, nos colocam
uma e outra vez em situações complicadas e chatas. E é quando nos vemos nessas
situações que verbalizamos coisas como: “tenho de ir à bruxa”. Se o azar for como o meu (dos grandes) há-de
estar um psicólogo a menos de dois passos que prontamente responderá: “Não
senhor! Através de um tratamento psicológico sério talvez possamos inverter essa
tendência crónica para a asneira.”
Enquanto não me posso dar ao luxo
de um tratamento adequado às minhas falhas de personalidade e de padrão, vou
aliviando a minha consciência - e mais que isso - vou enganando as pessoas que
me rodeiam, praticando este malabarismo entre aquilo que são resultados das
minhas escolhas (as que correm bem) e aquilo que eu defino como azares da vida,
bruxarias, heranças pesadas e uma malfadada sorte que me abandona quando mais
preciso.
Aliás, é assim que o mundo
funciona. E eu mais não sou que uma migalha de gente nesta engrenagem
gigantesca... agora que páro para pensar não sei mesmo se já cheguei ao
estatuto de peça da engrenagem – tema para outro interessantissimo texto.
Dizia eu que se é assim que o
mundo se governa e governou durante milénios, quem sou eu para alterar o que
quer que seja?! Assumir erros, faltas ou defeitos é, por norma, o caminho mais
curto para não sermos tidos em conta para nada. O que queremos é gente que não
falhe. Gente que quando as coisas correm bem atribuem isso a um óbvio talento
para o sucesso, e quando as coisas não correm tão bem é, obviamente, por causa
de um azar do caraças, de um governo desmiolado, de uma austeridade que ninguém
pediu, de uma herança pesadíssima, mas essencialmente, por causa de um fado
negro e triste...
Certo é: alguém que se apresente
menos que um herói não vai longe. A gente gosta de é de malta que apregoe em
voz alta as qualidades (mesmo as que não tem) e esconda o melhor que pode os
defeitos. A gente quer é malta que faça magia. Que transforme as coisas com um
movimento de dedos e umas palavras secretas. Que mude isto que temos, num mundo
melhor.
É verdade que precisamos de
heróis, mas não deixa de ser triste acreditarmos no primeiro que aparece a
reclamar para si o título.
Olá. então, que se passa contigo? se precisares de desabafar, o meu mail é nunomedon@gmail.com ou nmedon@gmail.com . estás á vontade. quanto ao mudar de casa, sei que as pessoas saltitam de um lado para o outro, porque têm em conta o aluguer mais barato, ou procuram sempre uma casa melhor ou mais perto do trabalho. quanto a ti, se precisares de desabafar já sabes. beijos e tem muita força!!! um abraço e as melhoras para ti. bom fim de semana
ResponderEliminarolá, como é que te sentes? um abraço. beijos
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