2011/03/11

E amanhã:


O Rei Imaginário ou a ausência de Deus é um espectáculo sem pretensões mas carregado de intenções, onde a personagem Teles, um juiz que acaba em ladrão, escorraçado pela sociedade, é a imagem degradada do homem que outrora foi. Outrora reconhecido e admirado, refugia-se no sonho, esse “régio dom que a natureza, Deus ou o Diabo, repartem pelos desgraçados para os sustentar na vida”. Este indivíduo, igual a qualquer outro indivíduo, não passa de um objecto manipulado e que só se liberta do manipulador pelo sonho. Relata-nos a sua vida funcionando cada palavra, cada frase, cada momento, “como uma faca que se enterra nos espectadores” e que a cada questão colocada penetra mais fundo atingindo a dor maior amplitude com a inclusão de excertos da Cena do Ódio de Almada Negreiros. Tentando preservar a ideia que encontramos em Raul Brandão de que o “Teatro deve ser, mais do que qualquer outra obra literária, uma peça sintética, a alma descarnada das coisas apenas, e, por isso mesmo para que apaixone, é preciso que seja simples, cavando fundo no coração humano”.

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