2008/12/04

Grande Júlio!

Sempre simpatizei com o Júlio Isidro (sim, apesar do nariz). Quando era pequena tinha um disco (sim, um disco a sério, o chamado LP) que se chamava O Jardim Jaleco. Penso que as letras eram dele e as músicas e voz do Carlos Mendes. Basicamente era um jardim zoológico onde cada animal tinha a sua música. Era belíssimo. Havia a Rã Henriqueta e o Sapo Baltazar (que faziam um dueto), o Burro Adalberto (que era fenomenal), o meu preferido de todos: o Jacaré Casca Grossa, que era fadista, e muitos outros. (encontrei um blog com algumas músicas, é o blogamus, de onde roubei a imagem da capa)
Apanho de vez em quando, nas minhas viagens de voiture, o programa dele na Antena 1, onde fala de músicos e músicas já desaparecidos ou em vias disso. E é belíssimo. Este homem é um comunicador por excelência, torna tudo interessante. Uma conversa sobre a coisa mais banal torna-se ponto de atenção.
Vem isto a propósito do programa que tem na RTP e que está a dar neste momento. Chama-se Lua Cheia ou coisa que o valha.
O homem fala da Amália, fala com Jacinto Lucas Pires, fala de fado, de teatro, cinema, literatura, etc... de tudo quanto é arte e cultura, daquilo que só é falado em ares de pseudo-intelectualismo, ou então com um ar muito moderno ("se aconteceu estivemos lá, se vai acontecer, vamos lá. se aconteceu e não fomo, foi porque não aconteceu. se alguém pensar em qualquer coisa a acontecer, nós vamos a caminho, etc...." e sim, acabei de me aproveitar de um sktech dos fedorentos)...
Pois este grande senhor consegue falar disto tudo e... surpresa das surpresas... não é CHATO!
Já tinha visto a semana passada, quando entrevistou o Carlos do Carmo e de facto, pegando nas simpáticas palavras que este lhe dirigiu no fim da conversa (sim porque não são bem entrevistas,pelo menos, não daquelas que um faz uma pergunta e o outro responde e o assunto morre ali. A coisa flui...), se alguém tem feito pela cultura (especialmente pelos músicos) tem sido o Júlio Isidro.
E pronto, feito o elogio, resta-me agradecer: Um Grande Muito Obrigada, Sr. Isidro.

4 comentários:

  1. Belo post! Uma das minhas grandes frustrações foi ter faltado a uma viagem que me levaria a assistir ao Clube Disney, apresentado pelo Júlio Isidro. Tinha uns 4 anos. Tenho pena que a RTP, não aproveite mais a sua experiência e talento. Nem que fosse nu canal por cabo dedicado à Cultura Portuguesa, por exemplo. Mas isso seria pedir demais...

    ResponderEliminar
  2. O Jardim Jaleco ficará para sempre na memória das crianças que, em tempos, tiveram a sorte de brincar ao som de tão boa música. Penso que por aí fomos e somos uns privilegiados :)

    Bjinhos

    ResponderEliminar
  3. só pa dizer q minha preferida era da Rã Henriqueta e da Serpente Serafina.
    confesso, fui eu q parti o braço do gira-discos.
    mas já se vendem outra vez, vi no outro dia no jumbo!

    ResponderEliminar
  4. Tenho andado estes anos todos a tentar saber quem partiu o braço do gira-discos. Só agora percebi.
    O Jardim Jaleco é um grande disco.
    para informação geral, o exemplar que tanto prazer causou à autora, foi adquirido na discoteca da Rua do Carmo, em Lisboa, em saldo. Custou a módica quantia de 1000$00Os tempos mudam, as moedas também, mas as coisas verdadeiramente boas perduram no tempo.
    Agora, só me falta saber quem vai pagar a reparação do gira-discos.

    ResponderEliminar