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encontro-me em ares de quem precisa de qualquer coisa, mas não sabe o quê.
o caos instalou-se confortavelmente à minha volta e para onde quer que me vire, tropeço em qualquer coisa.
já nao sei o que está neste palácio, o que está no outro, se me faz falta tanta merda, se consigo deitar alguma fora...
... aliás, na verdade ainda não deitei quase nada fora porque sinto que me encontro numa fase de agarrar e espetar com tudo no contentor mais próximo, para me vir a arrepender daqui a um mês, quando a mosca me passar (pressupondo que dentro de um mês a coisa está mais calma).
no entanto, devo confessar que é o que me apetece.
tenho umas comichões generalizadas. que não passam com esfreganço nenhum. nem creme. nem unhas. nem arrancando a pele.num abrir e fechar de olhos, sem que nada o faça esperar a cambalhota dá-se.
o herman está na sic eu prefiro a novela da tvi. embirro com gente feliz. a desgraça dos outros é, com certeza absoluta, a anestesia mais eficaz. se isso não funcionar, pouco ou nada a fazer a não ser aguentar.
amanhã, sendo segunda feira, é bom dia para experimentar coisas novas. novos projectos. coisas lavadas.
a limpeza é muito importante e uma pessoa asseada é logo outra coisa.
o meu cérebro não pára de disparar ideias idiotas a que dou corda e alento com a rapidez dos dedos no teclado, que já vou conhecendo, evitando assim aqueles erros chatos de trocar letras.
a vontade é a de enfiar o punho pela boca adentro e puxar cá para fora o que me transtorna: uma espécie de ânsia.
e agora sim percebo a razão da minha vizinhança andar permanente aos gritos. eles não falam: gritam. mesmo. e quando se zangam... ui! palpita-me que se uma pessoa gritasse mais vezes evitava estas ansias que dão vontade de arrancar com as unhas, raspá-la como se faz aos restos de tinta de uma parede velha...