o tal texto...

1. um ano passou.
há um ano e meio que estou aqui nesta cidade. vim para trabalhar. e tem sido tão mais que isto. o ...e assim acompanhou o último ano desta nova experiência. começou com um ataque de inveja a dois que já existiam, numa espécie "se eles têm, eu também quero". e mais ou menos ao mesmo tempo apareceram a baja e o mazdak, com quem ia trocando comentários e picarias, e assim iamos passando o tempo e contribuindo para o crescimentos das "crianças". a seguir apareceu a bulgari e mais recentemente o lado oculto da lua.
2. para quê?
de há uns anos para cá desenvolvi uma quase obsessão: agendas. não para apontar compromissos ou encontros (bah é coisa que não tenho, ninguém se quer encontrar comigo... snifff), mas para escrever o que de mais importante acontece em cada dia, em ares de diário. a ideia é que assim, consigo lembrar-me de cada um dos dias do ano, dos anos. ou pelo menos da sensação de determinado acontecimento.
sem pensar ou planear, com o blog deixei praticamente a agenda de lado e acabo por conseguir lembrar-me de praticamente todos os posts, onde e quando os escrevi e o que estava a pensar na altura. parvoíces, sim. paranóias, sim. pois sou eu.
3. a vizinhança
comecei a circular por alguns vizinhos desconhecidos. viajava (e ainda o faço) pelas listas de links dos outros. uns abandonei, outros abandonaram, outros são vícios diários, outros semanais. e de vez em quando faço descobertas muito boas de blogs bons, bonitos, que me dão gozo.
4. as relações...
... que se estabelecem são estranhas ou pelo menos diferentes. ficamos convencidos que sabemos alguma coisa dos bloggers, das personagens criadas. mentiras, ilusões que criamos. porque se alguns não se escondem atrás do nome mais parvo que arranjou (o meu caso) e são o que são, sem censura (ou quase), outros aproveitam para ser outro (poucos, muito poucos).
5. os visitantes
nas primeiras semanas de ...e assim, as visitas eram na totalidade (ou quase) minhas. entretanto comecei a frequentar alguns "tascos" (roubei esta expressão de algum deles) e a comentar e a coisa foi-se alargando. no dia em que fez um ano o ...e assim atingiu os 11 000 visitantes. não é muito, tenho noção. mas já ultrapassa em tanto a expectativa.
na verdade essa expectativa nem existia. nem sabia o que queria escrever aqui. não tinha uma missão. não tenho. esforço-me por escrever qualquer coisa todos os dias. faço-o pelo exercício em si. gosto de escrever, mas sou preguiçosa. e impondo um ritual, sei que me é mais fácil contrariar essa moleza que à partida me faz pensar "bah... logo escrevo"
6. a censura
como no início ninguém sabia quem eu era, escrevia sem censura. depois comecei a ouvir "ouve lá, aquilo que escreveste"... e se por um lado há uma satisfação de "alguém leu", por outro é dificil contrariar aquela vozinha do: "vais escrever isso e vais ser mal interpretada". acho que agora está controlada. Com uma mordaça.
Também ajuda o facto de não ser assim tão pro-activa como gostaria e por isso acaba por não haver grande espaço para discussão ou polémica.
7. os comentários
no inicio tímidos, poucos. depois alguns, porreiros. agora muito poucos, cada vez menos. silly season ou enjoaram? a dúvida permanece. nunca tive comentários mal-educados... aliás tive um que delicadamente decidi ignorar que tão pateta que era. alguém que ficou irritado com um comentário meu noutro blog. acontecem destas coisas. a diversidade de opinião é uma coisa muito complicada...
não tenho regra para os comentários. houve uma altura em que achei que devia responder, agora já não respondo, é possível que dentro de algum tempo me apeteça responder novamente.
8. o ponto final parágrafo
a questão é que não tenho nem assuntos, nem rubricas, nem obrigações para com este espaço, que acima de tudo é meu. não o uso para nada, a não ser que contemos com a satisfação que, inevitavelmente, dá ver uns comentários simpáticos, ver que há leitores fiéis (através do sistema secreto de espionagem que o KGB desenvolveu)... dá gozo.
mas nada me prende aqui senão um exercício a que me propus, que levo a sério.
e se é preciso uma conclusão, aqui está: acho que nunca levei um projecto tão longe, pelo menos no tempo. enquanto me der algum gozo. enquanto puder escrever o que e quando me apetecer (10 posts num dia, 0 no dia seguinte), enquanto fôr divertido para mim ler uma notícia, ver um telejornal e pensar "de que forma vou colocar lá isto?", enquanto isto não fôr um peso, uma obrigação... cá estarei.