Keep it Simple

acabei de ver um filme na sic: Closer. É muito bom. Pôs-me a pensar, no que ando já a pensar há uns dias, talvez meses, mas agora mais intensamente, mais frequentemente:

a simplicidade.

é comum dizer-se que as pessoas complicam.

e é verdade. e eu sou uma das que complica.

e as coisas são simples.
não são a preto e branco, eu sei. mas não são tão complicadas...

não têm de ser. não devem ser. não quero que sejam.

mesmo que não aplique esta teoria da simplicidade na vida, porque sou pequena demais e eles são muitos, posso aplicá-la noutras coisas:

. numa peça de teatro. nada me fascina mais que a simplicidade: de um texto, de um cenário, de um figurino e especialmente de um actor. a capacidade de fazer qualquer coisa parecer simples. uma personagem rebuscada, com vida, com cabeça, com corpo: fazer outro ser humano com simplicidade é o supra-sumo da representação.

. numa música, num concerto: nada ou muito pouco num palco, instrumentos. uma viola. uma voz. duas vozes, um piano. bastam.

. um poema onde as palavras se seguem com sentido (algum que lhe ache), que não rima, que diga mais que aquilo que diz.

. um livro onde nada de extraordinário (ou muito) acontece e ainda assim não o consigo largar.

. um texto sem palavras caras, sem pensamentos rebuscados (ou muito). ou que sejam rebuscados os pensamentos e não o sejam as palavras, as frases, os parágrafos.

e eu sou complicada.

não sei dizer nada em poucas palavras. (como é óbvio)

há leis. há regras. não gerais o suficiente. não se aplicam a cada caso. não existem. não devem ser fundamentais porque na verdade não servem para nada.

ver com cuidado o que se aproxima, como manobrar, ultrapassar, dar a volta, transformar cada situção. sem regras. porque não servem.

não há padrões.

as coisas são complicadas.

eu sei.

imagem daqui